De 2025 até 2050, as bactérias multirresistentes a antibióticos poderão causar, diretamente ou não, cerca de 208 milhões de mortes em todo o mundo. A estimativa, baseada em dados de diferentes países, demonstra que esses patógenos são uma ameaça de saúde pública em todo o mundo, sendo necessária a adoção de medidas internacionais que combatam esse risco à saúde global, afirma uma das autoras do estudo. O artigo, publicado na revista The Lancet, considerou dados de 204 países e territórios desde 1990 até 2021. Além disso, 22 patógenos, 11 tipos de infecções causadas por essas bactérias e 16 categorias de medicamentos, com diferentes combinações entre eles, foram analisados na pesquisa. Com essas informações, foi possível realizar estimativas do número de mortes diretamente atribuídas a superbactérias e aquelas associadas (quando a infecção leva a outra complicação que é reconhecida como a causa da morte, por exemplo). Só em 2021, último ano com dados consolidados, estimou-se que 8,9 milhões de óbitos ocorreram por conta de infecções bacterianas. Dessas, 1,2 milhão foram atribuídas a bactérias super-resistentes e outras 4,9 milhões associadas a esses patógenos. Os cálculos do impacto desses patógenos entre 1990 e 2021 também possibilitaram projetar o que deve ocorrer nos próximos anos. De 2025 a 2050, se medidas eficazes não forem tomadas para barrar o avanço dessas bactérias, 39 milhões de pessoas morrerão por causas atribuídas a esses patógenos, enquanto 169 milhões serão associadas a essas infecções, totalizando 208 milhões de óbitos.
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