15 de junho de 2024

Luva robótica auxilia pacientes com AVC na Terapia Ocupacional do Hospital das Clinicas

A vigilante Glaucilene Bandeira, de 40 anos, diz que tem “superpoderes biônicos”. Brincadeira à parte, ela é um dos pacientes acompanhados pela Área Assistencial de Neurologia e pela Terapia Ocupacional do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE), que realizam um tratamento inovador de reabilitação de membro superior com uso da luva robótica (pneumática). Unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o HC-UFPE é o único do SUS no Estado a ofertar essa terapia. “Sofri um AVC isquêmico há 11 meses, que paralisou o meu lado esquerdo, e tenho evoluído bastante desde o uso da luva robótica. Quando cheguei aqui no HC, eu não conseguia levantar o braço nem movimentar a mão. Agora já consigo fazer as atividades do dia a dia. Sou muito grata por esse tratamento e pela minha melhora”, relata Glaucilene Bandeira. A coordenadora da Terapia Ocupacional do HC, Amanda Bello, explica que cerca de 93% dos pacientes que sofreram AVC evoluem com alterações sensoriais associadas à negligência em um dos lados do corpo (hemiplegia)”. Assim, as sequelas provocadas pelo AVC levam a uma perda ou dificuldade de desempenhar funções em um dos lados do corpo, mesmo tendo as estruturas osteomusculares preservadas. “O que acontece é uma lesão no córtex cerebral que passa a não interpretar corretamente o estímulo recebido e, consequentemente, não consegue dar uma resposta motora adequada. A partir daí, a reabilitação com o uso de estratégias de reeducação sensorial pode auxiliar no refinamento dessas informações e auxiliar no planejamento motor e melhorar a resposta motora necessária para executar de forma independente as atividades de vida diária”, afirma Amanda Belo. Adotado no HC há cerca de um ano, o protocolo do uso de luva robótica é uma das estratégias de reabilitação na Terapia Ocupacional. “A luva realiza pressão na mão afetada ativando os mecanorreceptores que enviam a informação ao córtex para estimular as áreas responsáveis pelos movimentos da mão. Esse estímulo depois de processado no cérebro, responde por meio do ato motor que, nesse caso, é auxiliado pela luva por meio dos movimentos que ela executa”, comenta Amanda Belo, que implantou o protocolo no HC. O protocolo é composto por 24 sessões de 25 minutos cada uma em que são realizados tanto estímulos livres quanto aqueles necessários para a execução de tarefa do dia a dia, como a escovação de dentes e a pega, manipulação e transposição de objetos, como copos, colheres e escovas, entre outros. O tratamento prossegue com mais 20 sessões associadas ao uso da “Terapia do Espelho”, que trabalha com a imagética motora para “enganar” o cérebro. Comunicacao da UFPE  

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