18 de agosto de 2025

Estudo revela ligação forte entre hábito comum e câncer de pâncreas

Beber álcool regularmente pode aumentar de forma significativa o risco de câncer de pâncreas, um dos tipos mais letais da doença, alerta um novo estudo que pode ajudar a explicar o motivo. A pesquisa, conduzida por cientistas em Miami, nos Estados Unidos, mostrou que o consumo elevado de álcool danifica as células do pâncreas responsáveis pela produção de enzimas digestivas. Esse dano provoca inflamação no órgão, que desempenha papel fundamental na digestão e no controle dos níveis de açúcar no sangue. Com o tempo, essa inflamação pode gerar lesões pré-cancerosas que, associadas a uma mutação no gene Ras — responsável pelo controle do crescimento celular —, podem evoluir para o câncer pancreático. Nos experimentos, os pesquisadores observaram que a combinação de álcool e uma molécula pró-inflamatória provocou sintomas semelhantes aos da pancreatite induzida pelo álcool, desencadeando lesões e, posteriormente, o próprio câncer. O estudo também revelou que a desativação do gene CREB, que atua como um “controlador mestre” reprogramando células saudáveis em células anormais, impediu a formação de lesões pré-cancerosas e cancerosas. O coautor do estudo, Nipun Merchant, cirurgião em Miami, revelou que acredita que essas descobertas "abrem caminhos" para a prevenção futura do câncer pancreático O câncer de pâncreas está entre os mais agressivos, com baixas taxas de sobrevivência. Nos Estados Unidos, dependendo do estágio da doença, a taxa de sobrevida em cinco anos pode variar de 3% a 44%. Detectá-lo precocemente é essencial, mas os sintomas costumam ser sutis e fáceis de ignorar, como perda de peso, fadiga, dor abdominal, alterações intestinais e icterícia (pele e olhos amarelados). O consumo excessivo de álcool é geralmente definido como oito ou mais doses por semana para mulheres e 15 ou mais para homens. Pessoas com esse padrão de consumo e mutações genéticas específicas podem estar em risco significativamente maior. 

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