11 de outubro de 2025

Uma em cada cinco destilados vendidos no Brasil é falsificado

A ABD (Associação Brasileira de Bebidas Destiladas) estima que 1 a cada 5 garrafas de uísque ou vodca comercializadas no país é falsa. Fundada em 2021, a entidade é formada por cinco empresas globais –Bacardi Martini, Beam Suntory, Brown Forman, Diageo Brasil e Pernod Ricard. Já a Fhoresp (Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo) estima que 36% das bebidas alcoólicas vendidas no Brasil sejam fraudadas, falsificadas e contrabandeadas, com destaque para vinhos e destilados. As entidades que representam o setor de bebidas no Brasil apontam a falta de dados oficiais e consolidados sobre o mercado ilegal de bebidas alcoólicas no país. Os números apresentados são projeções construídas a partir de tendências de mercado, informações de fontes abertas, observações empíricas e levantamentos junto a sindicatos, empresas do setor de bebidas e tabaco e à Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF). Um estudo da Euromonitor International, empresa de análise de dados e pesquisa de mercados, encomendado pela ABBD, estima que o mercado ilegal de álcool no Brasil tenha causado um prejuízo de R$ 28 bilhões em 2024. Esse valor não se refere apenas às vendas de produtos falsificados, mas soma as perdas de arrecadação tributária, os impactos econômicos sobre empresas legais e os custos para o sistema de saúde com casos de intoxicação e internações. Do volume de bebidas destiladas, o estudo apontou que 28% são de objeto de crimes como sonegação fiscal, contrabando ou descaminho, falsificação e produção sem registro. O ato ilícito mais prejudicial, tanto ao setor produtivo quanto aos consumidores, é a falsificação. Os dois métodos mais comuns de falsificação no mercado são o "refil" de garrafas de marcas conhecidas com bebidas de baixo custo e a produção a partir de álcool impróprio para consumo humano, prática que coloca em risco a saúde dos consumidores. O preço é o grande atrativo: segundo o estudo, os produtos falsificados custam em média 35% menos. Em lojas virtuais, a diferença pode ser ainda maior -no caso do uísque, chega a 48% em relação ao original.A pesquisa também mostrou o crescimento de 13% no consumo de álcool substituto (álcool de fontes não destinadas ao consumo humano, como álcool de limpeza) em 2024. A falsificação acontece principalmente porque o crime organizado está cada vez mais estruturado, controlando etapas que vão desde a coleta de garrafas até a impressão de rótulos sofisticados, diz a ABBD. Folhapress

 

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