14 de fevereiro de 2012

Até Romário reclama da "vagabundagem" no congresso


É constrangedor o cinismo e o pouco caso com que a maioria dos políticos brasileiros tratam o eleitorado. O fato é que, acostumados à resiliência com que o povo encara suas mil e uma presepadas, os políticos perderam o pouco de respeito que ainda tinham em relação aos eleitores, e resolveram que deveriam ser tratados com o mesmo desdém com que os “marajás” tratam seus vassalos. Vejamos esse recente episódio em que o deputado Romário (PSB-RJ) “botou a boca no trombone”, reclamando da ociosidade brasiliense, por conta da falta de trabalho no Congresso, afirmando: “Têm três semanas que venho a Brasília para trabalhar e nada. E olha que estamos em ano de eleição. Espero que na minha próxima vinda tenha alguma ‘porra’ pra fazer. Ou será que o ano só vai começar depois do carnaval?”. Fingidamente ofendidos, alguns deputados resolveram sair em defesa da instituição, como se fosse possível defender o indefensável. Verdadeiros “gigolôs” da atividade parlamentar, alguns “espertalhões do Congresso”, passaram a criticar abertamente o deputado carioca, principalmente usando o falacioso argumento de que por não estar havendo votações no Congresso não significa que não esteja havendo trabalhos. São uns caras de pau, pois basta um leitura rápida na frase dita por Romário para ver que ele não reclamou da “falta de votação”, mas, especificamente, da “falta de trabalho”. Que Romário tome muito cuidado, pois, ao expor a “vagabundagem que grassa no Congresso”, pode acabar sendo vítima de perseguições, correndo inclusive o risco de vir a ser alvo de “retaliações regimentais”, sob o argumento de que poderia estar ferindo o que seus colegas chamam de ética parlamentar. Te cuida Romário! Foto: web. Júlio Ferreira. Recife/PE.

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