28 de fevereiro de 2012
Judiciário e eleições
Alguns de nossos eméritos juízes parecem viver num mundo ideal. Ao se pronunciarem contra a Lei da Ficha Limpa, alegam que os maus políticos deveriam ser expulsos pelo voto popular. Certamente eles nunca ouviram falar do nosso magnífico sistema conhecido como coeficiente eleitoral, pelo qual o cidadão vota em quem vê e elege quem não vê. Tampouco devem conhecer a propaganda política, em que o candidato tem dez segundos para se apresentar. Sem falar na proibição de os candidatos participarem de programas de entrevistas em rádio e TV, o que permitiria ao eleitor conhecê-los melhor. Parecem também ignorar o voto de cabresto, do tipo a favela é punida se o candidato das milícias não for eleito. O mesmo se aplica nos rincões afastados. Aparentemente, nada sabem do analfabetismo político em que o povo é perpetuamente mantido por baixos interesses de grupelhos que infestam as altas esferas. É interessante o poder público achar que o cidadão é incompetente para administrar a sua vida privada, sendo conduzido até na forma de educar seus filhos, mas não se acha no direito de impedir que crápulas e bandidos com amplas folhas corridas possam fazer leis que afetam toda a sociedade. Talvez se os juízes saíssem às vezes de sua terra da fantasia pudessem fazer grandes descobertas neste Brasil de realidades apavorantes. Foto: web. Lizete Galves Maturana. Jundiaí/SP.
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