6 de março de 2012

Governo do estado apresenta projeto de parceria público-privado


Durante o mês de março, o presidente da Compesa, Roberto Tavares, reservou espaço em sua agenda para debater o projeto de Parceria Público-Privada (PPP) do Saneamento com a sociedade civil organizada. Os primeiros debates ocorreram ontem, quando foi feita apresentação sobre o tema para os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e para o Sindicato da Indústria da Construção Civil de Pernambuco (Sinduscon). Os encontros estão sendo realizados em atendimento à recomendação do governador Eduardo Campos, que incumbiu o secretário de Governo, Mauricio Rands, e o titular da Compesa para executar essa missão. A PPP prevê o atendimento de 14 municípios da Região Metropolitana do Recife, mais a cidade de Goiana, na Mata Norte, beneficiando 3,7 milhões de pessoas. A PPP prevê investimentos públicos e privados de R$ 4,3 bilhões na execução das obras necessárias para atendimento aos 15 municípios no prazo de 12 anos, saindo dos atuais 30% de cobertura para 90%. Em sua explanação, Roberto Tavares contextualizou a situação do esgotamento sanitário brasileiro, onde 22 estados apresentam uma cobertura inferior aos 40%. Em Pernambuco, a realidade não é diferente, com um percentual de 20% de cobertura em todo Estado. Apenas dois Estados brasileiros apresentam mais de 70% de cobertura (São Paulo e Brasília) e três detêm percentuais que variam de 40 a 70% (Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais). “Esses índices comprovam que o modelo vigente não está mais adequado ao momento de desenvolvimento que o Brasil vivencia, em particular o estado de Pernambuco”, argumentou o presidente da Compesa, lembrando que nos últimos cinco anos, o Governo do Estado já investiu R$ 1,8 bilhão em obras de água e esgoto. Segundo Tavares, mesmo com esse volume histórico de investimentos, ainda existem muitos desafios, não só na questão do abastecimento de água, mas principalmente na área de esgotamento sanitário, onde os governos precisam avançar. “Pernambuco está apresentando este modelo de parceria com a iniciativa privada, mas se esta não é a melhor proposta para executar as obras que faremos em 12 anos (quando levaríamos 50 anos para executar), que apareça outra solução”, propõe Tavares. Ainda de acordo com o presidente, conviver com a ausência de coleta e tratamento de esgoto é uma realidade que não é mais aceitável. Para ilustrar o quadro caótico do saneamento no cenário nacional, Roberto Tavares informou os dados do Datasus 2008, apontando que morrem 45 crianças até 14 anos de idade, por um grupo de 100 mil/habitantes por ano, por doenças provocadas por infecções gastrointestinais nos estados onde só existem 30% de cobertura de esgoto. Entre as doenças mais freqüentes estão amebíase, diarréia e gastroenterite. “Fizemos as contas e chegamos a uma dura e cruel realidade: 1.665 crianças morrem por ano pela ausência de saneamento básico e o Governo quer mudar essa realidade”, revelou Tavares. Dados da Organização Mundial de Saúde mostram que, a cada R$ 1 investido em saneamento básico, gera-se uma economia de R$ 4,00 com assistência médica. “Estimamos gerar uma economia de R$ 17,2 bilhões em 12 anos, liberando esses recursos para outras frentes importantes de atuação no Estado”, estimou. A meta do governo pernambucano é sair dos 30% atuais e atingir 90% de cobertura em 12 anos nos municípios que serão beneficiados. “Atingimos 30% em 50 anos. Para triplicar o que foi feito em cinco décadas em apenas 12 anos, precisaríamos de um volume de investimento de 5% ano, sendo necessários aplicar R$ 4,3 bilhões, recursos que nenhuma companhia de saneamento brasileira tem como captar”, assegurou Tavares. Ele disse ainda que a ideia do governo não é desconstruir e ignorar o passado, mas evoluir, ser mais eficiente, aprimorar, alavancar o que já existe, transferir tecnologia e capacitar. Foto/Fonte: Assessoria de Imprensa da Compesa.

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