13 de setembro de 2024

Caso raro de gestão durante quimioterapia e hemodiálise tem final feliz em hospital

“Estou sendo muito bem tratada no Hospital das Clínicas da UFPE desde o início do tratamento. Só tenho a agradecer pela minha saúde, pela gravidez e pelo parto tranquilos que tive, mesmo eles sendo de alto risco devido ao meu quadro de saúde”. O relato da comerciante Fernanda Almeida, de 33 anos, poderia ser mais um entre tantos que são postados diariamente no Instagram do HC, na Ouvidoria ou simplesmente ditos em tom de gratidão aos profissionais do hospital. Mas, além disso, é um exemplo de como a integração das equipes de assistência e de como o cuidado podem fazer a diferença para um caso raro ter um final bem-sucedido. Fernanda trata um linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer hematológico, há cinco anos no HC. Por causa da toxicidade da quimioterapia, apresentou alteração da função renal e iniciou hemodiálise em janeiro de 2021 também no HC. Por causa da diálise, as pacientes costumam ter alterações no ciclo menstrual (como suspensão ou irregularidade) e a possibilidade de gestação é cerca de 100 vezes menor em comparação com a população geral. “Só descobri que estava grávida com 24 semanas, já que não estava mais menstruando por causa da hemodiálise. Entrei em choque com a surpresa. Sempre quis ser mãe, mas o meu plano era ter filhos só depois de me curar do linfoma. Mas Deus sabe o que faz e hoje tenho Rhadassa nos meus braços. Em 20 de agosto (com 37 semanas de gestação), dei entrada na maternidade do HC por volta das 12h30 e, às 17h, ela já tinha nascido de parto normal, de forma bem tranquila”, conta a mamãe de primeira viagem. A nefrologista do HC Rafaella Barros, médica assistente de Fernanda na diálise, explica que o caso exigia uma série de cuidados. “Além da doença renal, ela também estava com o linfoma em atividade e tinha histórico de tromboses. Como o diagnóstico da gestação foi feito no segundo trimestre, com 24 semanas, iniciamos um acompanhamento imediato conjunto entre a Nefrologia, o Pré-Natal de Alto Risco e a Unidade de Hematologia, Hemoterapia e Oncologia do HC”, comenta a médica.  Tamanho cuidado se refletiu numa gestação e num parto sem complicações, com mãe e filha recebendo alta logo nos primeiros dias. “Para minimizar os riscos de prematuridade, baixo peso ao nascer, pré-eclâmpsia/eclâmpsia, trombose e outras condições que aumentam a morbimortalidade materna e fetal, foram realizados ajustes em medicamentos e aumento no tempo de diálise. Foi fundamental o comprometimento da própria paciente, que é muito responsável, e da nossa equipe de enfermagem. Mantivemos também contato permanente com Thiago Saraiva, o obstetra da primeira consulta de Fernanda até o parto”, relata Rafaella Barros. Outro ponto de atenção durante o pré-natal foi a necessidade de uma sessão de quimioterapia na reta final de gestação. Também bem-sucedida. “Os profissionais do HC avaliaram e estudaram todos os riscos, me explicaram direitinho e realizamos essa sessão com uma droga nova, que, graças a Deus, não teve nenhum efeito colateral. Não senti enjoo nem cansaço”, relata Fernanda Almeida. Após o parto, Fernanda segue realizando a hemodiálise, agora retornando ao padrão anterior, com menos sessões. Simultaneamente, ela e a equipe da Unidade de Hematologia, Hemoterapia e Oncologia monitoram os efeitos da nova quimioterapia sobre o linfoma. “Me sinto bem, feliz, confiante no tratamento e realizada pela minha filha”, afirma a mamãe de Rhadassa. Comunicação UFPE  

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