Uma pesquisa de mestrado desenvolvida no Hospital das Clínicas da UFPE, unidade vinculada à rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), avaliou os resultados pós-operatórios de pacientes que fizeram cirurgia de safena magna com ablação a laser endovenosa (EVLA ou endolaser). A técnica de alta tecnologia permitiu aos pacientes que estavam na fila de cirurgia vascular do HC uma recuperação mais rápida, com utilização de anestesia local e sem necessidade de internação, proporcionando resultados superiores em termos de recuperação, com menos dor e retorno mais rápido às atividades diárias. A pesquisa foi publicada como artigo na revista científica Journal of Vascular Surgery: Venous and Lymphatic Disorders, uma das mais renomadas no campo da cirurgia vascular.“Selecionamos 30 pacientes que precisavam de cirurgia de safena. Operamos todos com o endolaser e anestesia local, após uma aula explicativa. Acompanhamos os pacientes por três meses e estudamos as alterações da circulação após o endolaser. 22 destes pacientes tiveram resolução completa das varizes e 8 precisaram de tratamento adicional. Todos receberam alta duas horas após o procedimento, sem a necessidade de repouso”, explica a cirurgiã vascular e autora da pesquisa de mestrado, Flávia Fonseca.Pacientes com trombose venosa profunda, ausência de pulsos distais e que perderam o acompanhamento clínico e ultrassonográfico no período pós-operatório foram excluídos do estudo. Foram analisadas 112 áreas em 28 membros inferiores de 25 pacientes, submetidos ao endolaser no Serviço de Cirurgia Vascular do HC entre abril de 2022 e junho de 2023. O estudo incluiu pacientes adultos sintomáticos com doença venosa crônica de membros inferiores, classificados como C2 (veias varicosas) a C5 (úlcera venosa cicatrizada) na classificação CEAP (Clínico, Etiológico, Anatômico, Fisiopatológico), com refluxo de veia safena magna e junção safeno-femoral de >500 m/s no exame de ultrassom Doppler. É a primeira vez que uma pesquisa médica conseguiu dados ultrassonográficos das mudanças hemodinâmicas de veias safenas magnas após tal cirurgia.Trinta membros inferiores foram operados, mas dois pacientes foram perdidos no segmento do estudo. Foram estudados 28 membros inferiores e 101 veias tributárias (veias localizadas nos membros inferiores que ajudam no retorno do fluxo sanguíneo ao coração). As idades dos pacientes variaram de 24 a 70 anos (49 anos, em média), e 67,9% eram mulheres. De acordo com a classificação CEAP, 21,4% dos pacientes foram classificados como C2, 39,3% como C3 (edema), 35,7% como C4 (alterações na pele) e 3,6% como C5.O estudo demonstrou que, após o endolaser, houve uma diminuição estatisticamente significativa nos diâmetros de todos os grupos de veias tributárias e no número de tributárias com refluxo diminuído.“Pudemos oferecer uma cirurgia de alto custo (R$ 15 mil) para a comunidade de pacientes do SUS, atendidos pelo Hospital das Clínicas, com um procedimento que permitiu um pós-operatório mais rápido e tranquilo, com o paciente saindo andando no mesmo dia da cirurgia. Ao optar por essa técnica moderna, conseguimos oferecer um tratamento de excelência, priorizando o bem-estar dos nossos pacientes e a eficiência no atendimento”, afirma a cirurgiã vascular Flávia Fonseca. Comunicação UFPE
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