2 de novembro de 2012
O culto da saudade
As homenagens que se prestam aos "mortos" em todo mundo no dia de hoje,
para os que meditam e percebem a subjetividade das coisas, têm uma
significação bem mais profunda do que geralmente se imagina. Elas não
refletem apenas a efetividade daqueles que ficaram; são manifestações
inequívocas de uma crença inata na existência da alma e em sua
sobrevivência; é a afirmação solene da certeza de que a sepultura não é o
término fatal da vida, mas a porta de entrada para um novo modo de
existência. Daí, pois, a universalidade das demonstrações de respeito,
veneração e carinho à memória dos que já empreenderam a grande viagem.
Grande parte da humanidade não aprendeu, até agora, a aliar o sentimento
à razão, e, por isso, as homenagens póstumas assumem ainda aspectos
fúteis. Se o corpo físico nada mais representa senão a indumentária do
que a alma se utiliza para cumprir o seu desideratum neste mundo, corpo
esse que, conforme nos ensina a Ciência, em cessando a vida orgânica,
dissocia-se paulatinamente, perdendo uma por uma as moléculas que o
compunham, até ser reduzido a nada, indo essas moléculas entrar na
composição de novos corpos vegetais ou animais, porque esse apego, esse
culto aos despojos cadavéricos? Em vez de visitarmos o local onde
baixaram suas carcaças putrescíveis, visitemos, em sua memória, os
cárceres, os asilos, os orfanatos, as enfermarias dos hospitais e
instituições outras em que haja irmãos nosso carecidos de amor,
compreensão e carinho. Foto: Firmino Caetano Junior. Rodolfo Calligaris. www.firminocaetanojunior. blogspot.com
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