31 de agosto de 2024

Médico do Hospital das Clínicas destaca a ligação do tabagismo com diversos tipos de câncer

Mais de oito milhões de pessoas morrem no mundo todos os anos em decorrência de doenças provocadas pelo uso do fumo. Traduzindo esse dado da Organização Mundial da Saúde (OMS), ele equivale à população de um país do porte do Paraguai. Em 29 de agosto, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, para sensibilizar e mobilizar a população sobre os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco. O tabagismo é causa de uma série de doenças com malefícios físicos e psíquicos e prejuízos aos sistemas de saúde mundo afora, sendo responsável pela grande maioria de mortes em casos de câncer de pulmão, infarto e derrames cerebrais. O fumo é o maior causador de mortes evitáveis do planeta. Diversos tipos de câncer têm relação direta com o uso de cigarro, o que configura um grave e preocupante problema de saúde pública mundial, segundo o chefe da Unidade de Hematologia, Hemoterapia e Oncologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE), Luiz José Batista. “O câncer de pulmão é o mais significativo, com o fumo sendo responsável por 85% a 90% dos casos. Outros tipos de câncer provocados pelo fumo incluem os tumores de cabeça e pescoço (como boca, garganta e laringe), tumores de bexiga, rim, estômago, esôfago, colorretal, colo uterino, fígado e leucemia mieloide”, citou. O especialista explicou que substâncias nocivas do fumo, como aquelas presentes no alcatrão, desempenham um papel central no aumento do risco de câncer, principalmente por causar danos diretos às células. “Quando essas substâncias entram no corpo, elas podem induzir mutações no DNA, desregulando o crescimento celular e criando condições propícias para a formação de tumores. Além disso, o fumo gera inflamação crônica em vários tecidos dos nossos órgãos, o que, por sua vez, favorece ainda mais o desenvolvimento de células cancerígenas”, revelou Batista. Além de promover essas mutações, o fumo enfraquece o sistema imunológico, diminuindo a capacidade de identificar e destruir células anormais antes que elas se transformem em tumores malignos. “O tabagismo promove o estresse oxidativo, um processo em que os radicais livres (moléculas altamente reativas) causam danos adicionais às células, criando um cenário ideal para o surgimento de diferentes tipos de câncer”, complementou Luiz José Batista. Comunicação UFPE 

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