31 de maio de 2023

Células do câncer de pâncreas conseguem mudar de 'dieta' para sobreviver e se multiplicar

O adenocarcinoma ductal pancreático (PDA, em inglês) é um dos tipos de câncer com maior taxa de mortalidade no mundo. Parte do problema está no diagnóstico tardio, uma vez que a doença não leva ao aparecimento de sinais e sintomas nos estágios iniciais. A outra parte está relacionada à resistência à terapia, um quebra-cabeças que, na última semana, ganhou uma nova peça, descrita em artigo publicado na revista Nature. No texto, 29 pesquisadores das universidades de Michigan, Chicago e Washington em St. Louis, nos Estados Unidos, e do Instituto de Pesquisa do Câncer (ICR), na Inglaterra, mostram que as células desse tipo de tumor conseguem mudar sua fonte de energia quando não há glicose disponível. De acordo com o grupo, em um cenário de falta de açúcar, ocorre a utilização da uridina presente no microambiente tumoral. Isso é possível porque uma enzima conhecida como uridina fosforilase-1 quebra a uridina em duas partes, entre as quais uma forma diferente de açúcar, a ribose. Essa alternativa garante a sobrevivência e a proliferação das células tumorais. Na análise dos cientistas convidados pela Nature para avaliar o artigo -a chamada revisão por pares-, a pesquisa não pode ser considerada inédita porque estudos anteriores já apontavam o uso da uridina em contextos de privação de glicose, mas é importante demonstrar essa utilização no PDA. Folhapress.  

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