Se você percebe que seu filho tem dificuldades de aprendizagem, lê de forma lenta e hesitante ou demonstra problemas para reconhecer letras e sons, é importante não tirar conclusões precipitadas. Um diagnóstico não deve ser feito com base em sintomas isolados, mas é fundamental buscar ajuda de um especialista. A fonoaudióloga Diana Moreira explica que a dislexia pode estar por trás de alguns desses sinais. Trata-se de uma dificuldade recorrente no processamento da informação, que interfere principalmente nas habilidades de leitura, escrita e linguagem. Muitas vezes, a dislexia é associada apenas a problemas escolares, como trocas de letras, erros ortográficos e dificuldades em matemática, mas o transtorno é mais complexo. “A dislexia não se resume a ler e escrever mal. Ela afeta a forma como o cérebro processa sons, símbolos e padrões linguísticos”, esclarece a especialista. Quando surgem os primeiros sinais: De acordo com Diana, a dislexia costuma ser percebida na fase de alfabetização, quando a criança começa a aprender a ler e escrever. No entanto, em alguns casos, pais e professores só identificam o problema em etapas mais avançadas da vida escolar, quando as exigências linguísticas se tornam mais abstratas. A especialista recomenda atenção aos sinais na fala, especialmente quando a criança troca sons ou pronuncia palavras de maneira muito variada, como “figorífico”, “friborítico” ou “frigotítico”. “Essas variações indicam que o sistema fonológico ainda não está consolidado, o que pode prejudicar o desenvolvimento da leitura e da escrita”, explica. O que os pais podem fazer: Pais e educadores podem ajudar reforçando as palavras de forma silábica e incentivando a criança a repetir o som corretamente. “Mais do que corrigir, é essencial escutar com atenção e orientar na articulação de cada sílaba, para que ela compreenda como unir os sons e formar as palavras”, orienta Diana Moreira, que é especialista em neuropsicologia pediátrica. Além disso, a especialista destaca a importância de oferecer ambientes ricos em estímulos linguísticos. Livros, revistas, histórias, recortes, lápis e papéis devem estar sempre à disposição das crianças. “Elas precisam ter contato constante com a linguagem — ouvir histórias, dramatizar, cantar e conversar — tudo isso fortalece a memória auditiva e o sistema fonológico”, afirma. Sinais de alerta na fase inicial da alfabetização Alguns comportamentos merecem atenção especial de pais e professores, Dificuldade em memorizar letras e seus sons; Leitura muito lenta, com omissões ou trocas de palavras; Leitura excessivamente rápida, sem compreensão; Falta de atenção à pontuação, Escrita desorganizada e incoerente; Incapacidade de identificar erros na escrita; Compreensão apenas literal das palavras; Dificuldade em entender o que lê. Apesar dos desafios, Diana reforça que “nem tudo é negativo”. Segundo ela, o cérebro do disléxico funciona de maneira diferente, o que pode trazer vantagens criativas. “Alguns estudiosos chamam de ‘cérebros de gênio’. Albert Einstein e Steve Jobs eram disléxicos, e isso pode inspirar e fortalecer a autoestima das crianças”, diz. A fonoaudióloga defende que os pais estimulem o potencial dos filhos e fiquem atentos a qualquer dificuldade desde cedo. “Alguns pais entram em negação, e quando aceitam o problema, pode ser tarde para uma intervenção mais eficaz. Intervir é importante, mas prevenir é ainda melhor”, conclui.Com informações do Site NotíciasAoMinuto
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